sábado, 30 de maio de 2009

aproveitar



- muitas das vezes é bom

sentar-se da cara pra lua

acreditando no bronze

cristalino

sonhar feito menino

ah

como eu adoro adornar as estrelas

acho que acabei me apaixonando por uma delas

ou por elas

deve ser por isso

- "Ora, direis ouvir estrelas?

certo perdeste o senso

e eu te direi

no entanto

..."

olhos de poeta tem uma lente especial

consegue ver beleza amplificada

veem mais que o olho normal

- no entanto

de um beijo

talvez?

um aperto de mão?

quem sabe então

quantas delas há no céu

que até perco a conta

quando penso em ti

e começo a sorrir

à toa

que coisa boa

saber que você esxiste

Sérgio e Arabela

frases



não se precisa de verbo
declinado, conjugado,
concordado ou mesmo
rimado em prosa e verso
muitas das vezes
ele fica suspenso
incoerente a se esconder
todo carente
a solicitar as diretas da vida
assim tão indireto,
indiscreto.
Uma locução nominal
tambem resolve tudo,
é algo possessivo
e não deixa dúvidas
do verbo escondido
no sorriso dos olhos:

meu amor.

sergio, beija-flor-poeta

sexta-feira, 29 de maio de 2009

resgate




quebrastes o silêncio
abafado das rosas
no último dia de maio
cheio de sol, de calor.

Pusestes um incendio
na mata virgem, floras
o peito aos desmaios
e me amas sem pudor.

E nas horas da paixão,
em ti,... eu me entrego,
abraços da alucinação.

Tu, loucura de um cego
envenenando a razão:
amor, como eu te quero !

sergio, beija-flor-poeta

Letras do coração



as sílabas acústicas

do violão de helena

são carícias da brisa

de uma ternura plena


que meu olhar arrisca

e se perde nos tremas

ressoando a marisia e

fôssemos almas gêmeas


mesmo assim te amaria

ah, felicidade escancarada

que meu peito guarda


tesouro, riso de esmeralda

que minha dor afaga

essa saudade apalpa e


nos lábios trêmulos guardas

o néctar que me avassala.



- Lindo isso!

vou guardar com as outras com carinho

- vou copiar e te enviar

- mande sim por favor

- vou colocar no blog

- guardo sempre



guarde sempre


as nuvens nêgras

respingam orvalhos

que minha rosa em botão

sonha e de sedenta

se afoga

a cada pingo

suado

caindo céu a baijo

como se o amor

rolasse

gota a gota

ladeira a baixo

aquecendo

o seio

ambulante

na Praça da Sé

embusca

de um frio

em pleno verão

vem,

estendes a mão

e guardas essa semente

assim tão carente

no jardim

do teu coração





te vejo poeta


- risos

te leio poeta



- musa


te vejo poeta

fica tranquilo, não tem

que se desculpar,

eu tenho a agradecer

te leio poeta

vem,

aconchega

a cabeça

no meu ombro

poetas também choram

poetas se apaixonam

eu tenho certeza

fica tranquilo

somente o meu peito

sabe desse desfeito

qu é ser poeta

ah, poeta

que mal seria de ti

sem a musa

sem a princesa

sem a donzela

maravilha

me enterneço

e gosto do que vejo

e do obscuro tambem

o meu maior desejo

seria beijar-te, meu bem

como pode?

como podem os anseios

de uma palavra apenas

sair tão facil

uma poesia

saudades de alguem

poesia, delírio, desvaneio

esse mal de um querer bem

é amor perfeiro, amor

quem manda no meu coração

dá-me asas, meu beija-flor

sinto a sina devorar a razão

sabe

eu estou pensando

agora

que sabor

tem os teus lábios

é tão lindo ver essa sua sensibilidade

tão facilmente aflorar

tem o meu doce sabor

- quantas batidas

arrepias o coração

se me perco no pensares

matei a sina

enforquei a razão

somente pra te sentir

um verdadeiro vulcão

com a distância me matando

e se te encantas

melhor que seja essa loucura

de me perder entres teus lábios

húmidos, arejados

sedentos de amor

paixão e ternura

a matriz badala as oito

a fome aperta

morreremos os dois

hje a noite

vamos nos amar

pelo menos

no último badalar

que nos resta

Sérgio, beija-flor-poeta

quinta-feira, 28 de maio de 2009

achei um poema


risos de alfaces

correndo pra beijar cebolas,

cebolas vizinhas dos tomates,

esses não temem

os dentes de alho

e se me espalho

pelo sorriso deslumbrante

é que em mero instante

encontrei a poesia

que há anos perdida

se escondeu no coração

do poema palpitando

entre olhares alucinantes

que teus lábios

a me devorarem

espelham e ressoam

como se esse poema

todo ensolarado

não passasse apenas

de amor todo betaniado,

poetizado pela ternura

de ti e mais ninguém.


obrigado por me ensinares

as veredas dos betâniares

criando versos e paladares

versos rimados: poetizares.


Sergio, beija-flor-poeta