sexta-feira, 5 de março de 2010

Cáctos amorosos



sim,

fui eu,...

quero muito

escutar

tua voz,...

você

tá fincada na minha vida

como prego na madeira

de telhado velho,

quanto mais o tempo passa,

mais enferruja com a seiva

da madeira,

mais se gruda

e não se deixa tirar,

nem mesmo dentista juramentado

consegue extrair

você

da minha vida

beijos suaves


tenho muito amor por ti.


Sergio, beija-flor-poeta

Guerra fria



oi, desculpe a timidez,

é que ando de pernas bambas,

até os joelhos tremem

e a barriga se agita,

vira e revira dentro de mim

seria melhor te contar

todas as asneiras

e todas as coisas

sem sentido

pra disfarçar

a ausencia que me fazes.

Sempre que se arranca

um dente de leite,

nasce um outro mais firme

e esse, esse é pra vida inteira,

ou mesmo pra morte toda.

Ando meio que engasgado

um nó na garganta, sabe,

desses de fazer guaguejar.

É incrível se comportar

como um bobinho,

um adolescente

cheio de sonhos

e crente que o mundo

tem uma saída

e que nada se acabará

com uma simples

explosão de uma bomba-atomica,

É melhor virar cinzas

pelas larvas vivas

do teu vulcão em chamas,

do que virar espetinhos

nessa guerra fria

que nossa sociedade sempre trava

e retrava a si mesma.

Sorria, o rir é doce e encanta.

Ame, que sabe assim

eu seja feliz.


Sérgio, beija-flor-poeta

navegantes alucinatus



e me encontraria
navegando em plena silhueta
que formam as ondas
da alucinação perfeita
do néctar que enfeitica
a maré mais alta
das entrelinhas
que me prendem,
essas são as paralelas
dos teus lábios
soletrando o riso
suave beijo perdido
entre as pétalas
da floresta amazônica
a uivar tempestades
de estrelas
sob o teu olhar retinato
feito lua cheia
no cio da vida:
esqueça-me,
antes que seja tarde demais
e a tempestade devaste
todos os cacos pequeninos
que restaram de mim
quando me quebrastes ao meio,
entre os dedos insinuantes
e tuas pernas de bailarina.
Sorria ao vento: ainda te amo.

Sérgio, beija-flor-poeta

Navegando nos mares da vida

quarta-feira, 3 de março de 2010

Cactus amorosus


A garoa noturna

amanhece feita um manto

de gelo sobre a grama,

as árvores ainda sem folhas,

pois aprimavera ainda não chegou,

o inverno predomina a natureza

que parece dormir e sonhar

com os jardins mais belos

e com os beijos suaves

dos seus lábios

à procura dos meus

entre as pétalas da saudade

e as asneiras de um poeta,

prefiro as da saudade,

pois elas me fazem cair na real

que muita falta me fazem

seus beijos suaves

e ardentes em chamas,

peregrinas à flor da péle
arrupiada pelo pensares

em ti, ó Afrodite minha:
beijos, milhões deles.


Sérgio, Beija-flor-poeta