quinta-feira, 25 de junho de 2009

Versos furtados



A arte das palavras

e a expressão vocal dos suspiros delas

me fazem delirar

e viajar entre gotas de orvalhos

da imaginação tão terna

e cheia de um se deleitar

e deglutir a vida,

fosse ela uma rosa,

cujo botão em toda primavera se despetala

e se afoga por amor em verão alto

e se recolhe ao chão de um outono

carente e melancólico

de uma paixão exuberante.

Então

a neve do pensamento

guarda carinhosamente a semente

do botão ainda em vida,

preparando-a

para uma nova primavera:

a do amor.



Sérgio, o amigo e beija-flor-poeta

O jogo de letrinhas





eu mastigava sílabas,
balbudiava letrinhas,
resmungava palavras,
umas parecidas com " a ",
aquela vogal tão meiga
e tão feminina
que começa o alfabeto,
outras até se assemelham
ao " m " de Maria,
a outra vogal é sanduíche
entre o " i " e o " u ",
a última letrinha,
da qual me lembro muito,
trata-se de uma consoante,
pois o grupo das vogais
se fechou, mas, o que seriam
das vogais sem as consoantes ?
Pensei no " r - zinho ",
assim todo meio tímido
e cheio de um dobrado forte
na língua, movimentando-a
suavemente, como se a boca
fosse um palco iluminado
e ela: " r ", a bailarina
se unindo ao " amor ".

Palavrinha danada de linda,
ainda mais murmurada
baixinho ao pé do ouvido
da pessoa mais que amada.

Amor, que delícia a tua existência !

Sérgio, beija-flor-poeta