sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Olhar agatiado


O seu silêncio

me mata e me alimenta

e quanto mais a vida passa,

mais meu coração não aguenta

a saudade que não se afasta.

Ah, essa paixão ingrata

e tão cheia de ternura,

amor, meu eterno amor,

caliente são tuas pestanas

que se assanham quando

o compasso da vida

se desnorteia, desequilibra

e nada mais me resta, querida,

a não ser o amar

do teu mais néctar silencioso

entre pétalas, entre sonhos,

entre amor e flor.

E mais tardar,

quando eu, um livre beija-flor

se enlaçar entre tuas pestanas,

hás de dizer que morrí pra vida

e renasci pro teu seio: ó pepita.


Sérgio, Beija-flor-poeta