domingo, 17 de outubro de 2010

medo do futuro?

nem mesmo a barricada de espinhos
me deterá frente à frente
quando estiveres do outro lado
da lua em quatro faces
e quando minguares em mim
hei de ser teu crescente
quando meio e tu,
tu serás comigo
inteira, ó lua de quarentena,
na doce ilusao que curar
os males do amor
que nos avassala:
fugir de que?
Pergunta-se o futuro
já totalmente rendido
aos feiticos mágicos
da montanha russa que somos:

rosa beija o beija-flor
e o enjaula para sempre
enbtre as pétalas
no seio sem grades,
sem correntes.

Ardentes somos
à luz das velas
iluminando o nosso querer
e queimando assim
tao sutilmente
a ansia e o medo
do futuro que nos úne.

Adeus mundo cruel,
despencou-se o beija-flor
abismo a baixo
pra se entregar às torturas
da rosa ainda em botao.

Sérgio, beija-flor-poeta


nao há rosas sem espinhos

o nó na garganta pesa,
fui pro médico
e ele me receitou
...ir às pressas
aos abracos seus
e me entregar
à medicina dos seus beijos
e mesmo que o seu néctar
tenha o sabor do féu,
lembrou-me o tal curandeiro
que toda medicina que cura
traz o seu sabor amargo
pela raíz.

Sérgio, beija-flor-poeta