quarta-feira, 1 de abril de 2009

interpretares poético



Quando eu escrevo
um poema,
um soneto,
entro em transe
no momento exato
e o que penso, ...
e o que sinto
são grafados
em preto e branco,
ou mesmo azul e branco,
ou mesmo vermelho e branco,
ou mesmo arco-iris.

Depois que escrevo,
busco a interpretação
que meu sétimo sentido me deu,
que meu espírito inspirou
e minha mente
em transes poéticos
grafou.

Então eu me interpreto
e redescubro um outro eu,
um outro alguém.
Por isso me admiro
do dom que me foi presenteado
que todos nós possuímos
e pouco valorizamos:
o dom da vida.

Esse respirar poesia
é o respirar do amor,
da paixão,
é sentir os espinhos de rosa
sangrando o peito
e sendo curado
pela sutileza acariciada
das pétalas suaves
das mãos macias
da musa eternizada
num momento,
num soneto,
numa poesia,
num poema:
Eternização passageira,
pois o poeta continua a trilha
e segue o rumo
entre pautas e rabiscos
uns coloridos,
outros desbotados.
Interpretar a poesia
é despir-se,
portanto,
eu não tenho medo de tirar a roupa
da face
e me mostrar como sou
se minha poesia
já me revela.
Lindo dia de primavera,
beija-flores abafam os sinos melancólicos
da matriz
e eu sigo feliz
comigo mesmo.

Sérgio, o Beija-flor-poeta

Amor insônico



enquanto no cárcere as formigas
se amam com as felizes abelhas
cantarolando versos em operetas
para beija-flores sugando, querida,

a ânsia segura na mão esquerda
na direita o poeta a musa poetiza
navegando céus de vias estreitas
dos mistérios em alto mar, alegria

de poder ir libertar a formigação
na barriga musical do teu violão,
harmoniosos tons da terna paixão

se alastrando no zumbido atômico
das formigas abelhudas, irônico o
beijar das velas do amor insônico.

Sergio, beija-flor-poeta

segunda-feira, 30 de março de 2009

Beija-flor

o chorar na despedia




Ontem não dormi a noite toda,
acordei com esse poema.
Quisera cordar contigo, ...

Mas você me obrigou ...
a dizer não ...
e mesmo que me doa,
mesmo que me parta o coração:
sim ! ...
é adeus !

Desisti de viver
o sonho,
vou sonhar a vida inteira,
a morte inteira.

Preciso me recompor,
você arrazou comigo,
quisera fosse diferente,
apenas quisera:
nao foi.

perdao, mas, tem que ser assim,
vou escrever o nosso amor
para eternizar o que sinto por ti.

Sonhei sussurrar sílabas de amores
ao teu ouvido, porém o que agora digo
me corta a voz tremula
e o coração já quase epilético:

adeus, ... amor, adeus.

sergio, o beija-flor-poeta

domingo, 29 de março de 2009

Adeus, Maria, ... adeus.



a verdadeira noção do perigo :
está na força dos teus abraços,
nas loucuras dos teus beijos, ...
nos carinhos dos teus passos,...

E nos teus encantos me perco,
até me entrego ao amor ingrato
a me furar em chamas o peito,
ái do beija-flor por ter te amado,

acreditado nas tuas promessas e
querer ter vivido tão grande amor,
mal sabia que tu assim esqueces,

com facilidades ignoras essa dor
de espinho furando o peito lebre,
sangrando o coração de beija-flor.


Sérgio, o Beija-flor-poeta

consoantes musicais




O encanto nascido no peito
foi aquele semeado de jeito
quando abristes o coração.
Fostes a mais pura emoção;

eu vivo amando o sim e o não,
seguindo a sina, própria razão
sufocando as dores do leito e
eu no voo de beija-flor deleito

tuas harmonias no despetalar
de notas musicais, consoantes
e letrinhas do próprio ser: amar,

velejos em acordes dissonantes,
operetas nas ondas do teu mar:
delírios de beija-flores errantes.

Sérgio, o Beija-flor-poeta