terça-feira, 3 de novembro de 2009

gata nêgra




eu
venho
feito brisa
marisca
entre ondas
sonóricas
do seu respirar
pétalas
aguçado
embaixo
dos beijos
entre um bater-asas
um beijar-flores
um se perder
levado
pela melodia
em rítmos
perpendiculares
de tuas curvas
em sintonia
com minhas linhas
retas
de um ser-homem-feliz
ó espinhos da esperança
xingando meu nome
quando consomes
tudo o que te pertence
elouquências
dos sussurros
dos paralelepípedos
fisgando a ponta afiada
do teu salto
alto
muito mais
que as estrelas.

Pousa
no meu bico
de beija-flor
e rimas o riso do amor
contido
nas notas
transcendentes-musicais
dos seus lábios
me levando à loucura
da plena felina que és.

Sérgio, beija-flor-poeta

Consoantes vitais




amei
escutar
sua voz
em momentos
a sós
comigo mesmo
chego a ter
voce
respirando
quentinho
sobre a minha
péle
tu,
ó flor,
beija-me
que ainda
sinto
o néctar
do teu seio
coberto apenas
pelas pétalas
do amor
que te tenho.

sergio, beija-flor-poeta

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Febril canção de amor




a brisa das palavras
enche de orvalho e pétalas
o póte que é nosso ser
já entregue à silhueta
toda acariciada
pelos lábios amados
de suas pérolas nêgras
ah, esses botões
de mais sublime exuberância
tu me fazes criança
ó fina flor da perdição aguda
que ardes em mim.

Nem mesmo eu consigo resistir
ao perfume cheio de um vício
que rasga o peito em dois
mundos diferentes
construindo uma nova história
uma nova verdade
pelos trilhos côncavos
das veredas convexas
que é nossa sina.

Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 1 de novembro de 2009

Lua de novembro




se eu passar na tua casa
eu vou pousar na tua flor
vou matar quem me mata
vou me alimentar do amor

eu saciarei a sede ingrata
e te presentearei o sabor
sejas tu a bruxa ou a fada
saciada no beijo beija-flor

que nessas noites de luas
nos seus lábios se perde
entre suas pétalas nuas

atendendo minhas preces
na cama, na grama, na rua
vulcão febril que me aquece.

Sérgio, beija-flor-poeta