domingo, 18 de abril de 2010

Fome de ti



Amor,
teus olhares me devoram,
teu perfume me enlouquece,
teu néctar me envenena
e teus beijos me afogam.

Não, não rias,
divina seja sempre
a comédia humana,
essa a Deus engana,
se o melhor mesmo
é ser enlaçado
pelo teu seio
em pétalas.

Ó rosa dos ventos,
tu roubas os pensamentos
outróra meus, hoje seus,
esse seu mágico delírio
de seres a minha perdição
me fez presa no labirinto
que é esse amor,
essa ânsia,
essa esperança
contida entre os lábios
dos beijos que tanto desejo
como veneno
no final da chama
dessa vida vivida
aos teus carinhos:
acalantos em plena
auróra.

Depois de cada erupção
vulcânica, ó rainha,
sempre há uma nuvem,
que por mais nêgra que seja,
sempre traz consigo
as cinzas do meu eu
que ainda sofre e padece
à espera do teu botão,
ó donzela da minha vida.

Sérgio, beija-flor-poeta