sábado, 10 de abril de 2010

Flecha envenenada



Teus lábios, ...querida,

ressoam tua voz suave

acariciando minha alma

se derretendo por toda

e eu, eu de pernas bambas,

sinto um embrulho no estômago,

um nó na garganta,

um reboliço no coração

dilatando as artérias.

Ah, esses lábios teus

que beijei por acasos do querer

me entregar escravo

aos olhares de lágrimas salgadas

e derramadas por outro cravo.

Óh, ... doce encanto

de um tanto gemer

lírico aos suspiros da felicidade

harmônica no seio da flecha

oscilante em pleno voo.

Esses teus olhos trespassam meu peito

já totalmente indefeso

e muito mais que arrupiado,

louco pra ser tua presa,

óh arco flechado pelo teu seio

ponteagudo do nosso amor.


Sérgio, Beija-flor-poeta

Víboras



Oi, ...
estou bem,
andei muito triste, ...
não, nem penso
em apagar
a chama da vida,
ainda mais sabendo
que te deixaria
abandonada
pras víboras,
risos.
Seria mesmo covardia
deixar de te amar,
fui tolo, mas,
na vida,
se aprende muito
e a cada dia
que se passa,
feito pétalas
que se rasgam
do botão
ainda verdinho,
tenho a certeza
de que és as luz
dos olhos meus.

Sergio, beija-flor-poeta

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pétalas mortas



chorar vale a pena,
sempre valeu,
sempre vai valer.
E o bem-querer
do que nada quer,
a não ser se perder,
começar de novo,
como se nada havia
tido o seu fim.

Morri pra ti,
amor desvairado,
cujos gritos
ainda sussurram
dentro do globo ocular
das retinas dos ouvidos
enganados pelo vento frio.

Vento safado,
que degluti todo o teu perfume
e me traz os lixos atômicos
da tristeza e das guerras,
da pobreza e das angústias.

A rosa matou o beija-flor:
é tarde, muito tarde !

Sérgio, beija-flor-poeta

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pétalas enluaradas




o tóque nos lábios
pelas frestas das janelas
entreabertas as fechaduras
escapam luzes no infinito
olhar teu, ó princesa,
suspira a musa
no telhado dos sonhos
de cristais e pérolas
nesse mar de amores
que nossa péle à flor
do mundo cola,
gruda, agarra,
prega e não larga,
nem mesmo a cor
de nossos corpos
suados pelas carícias
dos beijos suaves
sobre os seios
ponteagudos da imaginação
ainda criança:
fada da minha perdição,
eu te quero!

Sérgio, beija-flor-poeta