sábado, 11 de setembro de 2010







não me vicie

o amor é perigoso demais,
é poço de água parada
e todos sabemos
que águas paradas
são profundas.
Tudo bem,
eu sei nadar,
aprendi aos cinco anos
atravessando o rio
onde nasci,
pulando da cabeceira da ponte
e mergulhando nas correntezas
dessa vida de lutas.
Entretantos,
no mar de amor
posso bater os braços,
jogar as pernas pra todo lado
e nem golfinho vai me salvar
das águas sem cabelos,
então eu vou me afogar,
a não ser que me socorras
no último instante
em que respiro teu santo nome,
ó rosa proibida.

Sérgio, beija-flor-poeta

quarta-feira, 8 de setembro de 2010



nao me poupe do amor

eu vivo intensamente egoístico
o meu respirar acústico,
sonoridades oscilantes
entre os fios de cabelos
...curtinhos e arrepiados
pelo sopro noturno
dos sentimentos bailarinos.

É chegado o tempo
de colhermos as petalas,
pois as rosas tendem
a decepar os espinhos,
abrindo portoes
e destelhando casas
para pousares,
ó estrela-guia,
acorrenta-me
aos carinhos seus:
prefiro me congelar
ao calor das chamas
do teu vulcao febril,
a morrer queimado
no frio do sahara.

Nao me perguntes
quem sou,
porque um dia fui.
Nao me perguntes
quem serei,
porque hoje sou.
Nao me pergunte
quem fui,
se nem mesmo sei
de minha sonbra
perdida na escuridao
dos nossos passos:
escuta-se rumores
e sussurrros,
sao os gemidos
de nossas almas
uma na outra viciadas.

Sérgio,. beija-flor-poeta