quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Contraventos




Nunca diga adeus,
sem antes me ensinar
a viver só
e esquecer
que um dia
éramos inseparáveis.

Nunca diga adeus,
sem antes
olhar nos meus olhos,
sem piscar,
nem chorar,
nem morder
os próprios lábios
a implorarem
aparentemente
o que denominamos
de o último beijo.

Nunca diga adeus,
se sua vontade é ficar
e cravar seus espinhos
dentro da minha alma
já toda perfurada
pelas retinas
dos olhares seus.

Tire o chapéu,
feche o neruda
e mostre a face
inchada
de tantas lágrimas
pela volta
antes mesmo da partida.
T ire o chapéu,
tire o neruda
e me ame,
ama-me
como se fosse
a primeira vez.
Beija-me assim,
como se fosse
amor à primeira-vista,
depois da primeira.

Sérgio, beija-flor-poeta

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Sergio,beija-flor-poeta