terça-feira, 22 de dezembro de 2009
O falar da mesma vogal
Eu moro há uns quase vinte anos aqui,
bem aqui desse outro lado do mundo
e me perguntava se faz muita diferença
ser poliglota ou mesmo " uniglota ", risos,
e cheguei ao fascínio de que não faz mal
falar ou não uma língua estrangeira, isto é:
o idioma de uma outra nação,
o importante é falar a mesma língua,
a que une os Póvos,
as Gerações,
os Homens,
as Mulheres,
as Crianças.
Eu estou falando
da língua do amor,
da felicidade,
da paz,
da harmonia,
da sinceridade,
da amizade, da saúde,
do sorriso estampado
na face de quem transmite
segurança e aconchego,
dos gestos nas mãos
de quem constróe o bem, ...
Nesse sentido,
um feliz natal bem diferente,
cheio de felicidades mil
e um novo ano:
brilhante,
cheio de estrelas
e luares infinitos.
Beijos e felicidades mil
Sérgio, o amigo e o poeta
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
suspeitas do amor
sorriso
quebre o gelo,
morda a maçâ sem descascar,
mate a sede,
belisque-me todo,
deixe-me sonhar contigo,
afoga-me em ti,
quero ser teu,
seja Deus,
seja Orfeu,
seja Zeus,
proíba-me
de ser eu mesmo
e me espinho
nas lágrimas,
no frio lá fora,
no ferver por dentro
de mim,
rasgando a alma,
triturando em pedaços
o que restou
desse meu ser.
Acorda
que é hora de amar !
Sérgio, beija-flor-poeta
saudades de ti.
Bjs
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
102 anos de Oscar
Será que o Sr. Oscar Niemeyer
poderia fazer um projeto
pra uma nova ponte que liga
a capital do Estado do Maranhão
com o resto do Brasil?
Naturalmente
seria um projeto caritativo,
pois o governo maranhense,
pelo que me parece,
somente está interessado
em restaurar a ponte
que sempre ameaça a cair
e ser uma vergonha nacional.
Bom, também devo dizer
que se deve mobilizar grupos caritativos
e doadores, e empresários, e quem sabe,
o próprio governo federal,
para fazerem uma vaquinha
pra levar esse suposto projeto
de manter ligada a capital do Estado
a esse mesmo.
Imaginem um Estado sem cabeça,
isto é, sem capital,
ou mesmo com sua capital isolada,
sinônimo de cabeça decaptada,
talvez pela guilhotina afiada
dar foças políticas-familiares
que lutam pra materem o poder
das raízes fincadas no congresso,
nos palácios governamentais,
em muitas prefeituras,
pois a ponte é digna
de um "padre nosso
seguido de muitas Ave-marias.
Nem se fala da estrada, uma vergonha.
Nenhum político faz bem algum
pra sociedade, mas, é de pura obrigação,
como representante do povo,
representá-lo em todos os objetivos
educacionais, políticos, religiosos,
econômicos, HUMANOS,
pois é esse quem paga com tributos
seus salários.
Visite o Maranhão, mas,
curta o luxo de uma viagem de ônibus,
pois avião não tropeça nos buracos
tapados de última hora.
É um zigue-zague infernal
e com mal estar garantido.
Feliz aniversário e saúde, felicidades mil
Sérgio, beija-flor-poeta
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
o sol do seu pôr
cataventos desnorteados
atarentam a minha alma,
ái meu a Deus voltado
pensamento de adeus
que as preces escondem
a pressa de chegar
onde nunca estive
ou mesmo por onde
passei a vida inteira
a me declinar
sobre as notas musicais
do violão quase perfeito
que trazes grafado
no corpo ainda sedento
e cheio de harmonias
dissonantes, amantes
do que sou eu mesmo,
cheio de ansiedades
nesse meu respirar
o que mais desejo
dentre tantas ternuras
são os teus lábios
que me apavoram
quando as pontas
de nossas línguas
se acariciam
dentro da minha boca
quebrando a timidez
e batendo na porta
dos teus lábios
entre suspiros
e respiros afogados
no ar comprimido
entre nós,preso
dentro dos nossos umbigos
hermafroditas, pois
hora sou tua mulher,
outróra minha fêmea,
alma gêmea, totalmente
o oposto do contrário,
o desavesso da solidão.
Eu peco consciente,
pois sei que te amo,
apesar do proibido,
amar-te assim
é somente coisa de loucos,
o que na realidade somos:
um do outro,
ó inesquecível paixão.
Sérgio, beija-flor-poeta
O cavaleiro do amor
Eu queria morrer de paixão,
eu queria,
não fossem teus lábios,
existir-me-ía não.
Eu queria amargurar a ânsia
dentro do peito,
lugar denso onde chamas
queimam as esperanças
feito lenha, ...
aquece-me o teu seio
correndo em minhas veias
como se fosse o teu néctar
uma gota de cachaça
lavando o corpo
e poluíndo a alma
com o que de mais belo há.
Silenciar-me-ía,
não fossem os gritos
dos ráios lunáticos
que tuas retinas erradiam
e se embrulham com os meus
para formarem um novêlo
de fitas: arco-íris do amor.
Sérgio, beija-flor-poeta
domingo, 13 de dezembro de 2009
Motivo para amar !
As chamas
dos flócos de neve
derretendo suavemente
sobre a silhueta
de tuas pétalas
ardentes e arrupiadas
com as carícias
do navio errante
cortando o gelo dos mares,
onde me sinto um peixe
perdido na ânsia
de poder ancorar
em teu porto seguro,
ó deusa das ondas
do orvalho que me lava
as tristezas da distância
que nos separa
em um vão momento,
posto que o teu riso
trespassa a minha alma
que sente uma saudade
imensa de ser flechado
o peito em dois rasgado
pelo teu lindo olhar,
tão lindo assim
nunca vi,
nem mesmo nas estrelas,
nem mesmo no doce luar
queimando o sol
ao trespassar as nuvens
cinzas, onde se escondem
a magia e o mistério
dos teus encantos
de donzela e princesa,
ó meiga flor purpurina:
como é belo te amar,
perdido e loucamente
sem sentidos
no exato momento
em que nossas retinas
se cruzam na esquina
da vida cheia de espinhos
e se prendem carinhosamente
no mais sensual laço de fitas
que são nossos abraços,
esse calor eterno,
nossa própria imortalidade.
Sérgio, beija-flor-poeta
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
A solidão de Adones
Realmente: tudo passa,
ou mesmo, ... quase tudo.
Eu, de vez em quando,
também sinto saudades
de um carinho, afeto,
amor, calor humano
ou mesmo um simples sorriso,
um toque, uma carícia.
Eu, risos, ultimamente
ando muito carente,
preciso de alguém
que me escute e mesmo
sem dizer nada,
fica ao meu lado a me aquecer.
Eu, espiritualmente falando,
morro de frio.
Como você está?
Seria muito gostoso
acordar nos seus abraços
e poetizar seus lábios,
e paladar o néctar que neblina de ti,
e minha garganta inunda, ...
É loucura sentir a tua respiração
batendo forte em mim,
o teu perfume de princesa
exalando as paredes,
é como se as quatro estações
acontecessem num só instante:
a neve branca sobre os telhados;
o botão da flor se abrindo;
as folhas do outono sobre o chão dos bosques
e o cheiro do vapor da terra
toda molhada invadindo o nosso paladar,
no mesmo instante
em que nos entregamos aos anseios
da vida que temos
e aos desejos do que somos.
É muito gostoso sonhar contigo e ser feliz.
Beijos cheios de saudades
na ponta da língua
que já não se segura mais
de tanto querer ser acariciada
no beijo mais suave
que um dia você sonhou ter
prá nós dois: Rosa e Beija-flor.
Sérgio, beija-flor-poeta
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Pétalas ofuscantes
Desmoronou-se
o arco da íris
ao flechar tuas pétalas
ensanguentadas
pelos beijo-flores
em pleno inverno
e eu cansei
de ser apenas eu mesmo,
a partir de agora
serei mais você.
Despenou-se
as asas do futuro
sem o teu néctar
aonde voarei,
se tu me persegues
em mim mesmo,
bem dentro de mim ?
Deita sobre meu mundo
e deixa os seus beijos suaves
cairem feito flócos de neve
sobre o peito despetalado
derretendo à flor da pele
que te espera e te guarda
ao beber,
ao sugar
todo o teu ser, meu amor.
Morda-me,
quero a tatuagem
dos seus dentes
vermelhos
e seus lábios ponteagudos
no pé do meu ombro,
aqui, bem aqui
no lado direito
onde comeca a minha nuca,
aqui, bem aqui,
atrás da orelha esquerda.
Amor vampiro é assim mesmo:
pega, morde, gruda
e nao larga da camisa branca
implorando o seu batom
cor de amor,
cor de felicidades.
Sinto-me no sétimo céu, ...
onde estais ?
Por favor,
nunca deixe a incerteza
ser mais certa
do que a certeza
de estar morto nos seus braços
eu, beija-flor sem asas.
Sérgio, beija-flor-poeta
domingo, 6 de dezembro de 2009
boi lua-bumbá
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
um vulcão de amor
Seus lábios derretem num sorriso
a pedra fria que a noite traz, amor,
a nosso história não está no abismo
espinhos dos cravos, pétalas de flor
em néctares a razão: estar contigo
em todos os seus passos, onde for,
quero despertar entre beijos aflitos
anseios e desejos no bailar sedutor
de tuas palavras devorando o penar
rimas de beijos, tu és virgem, ó fera
cujas mordidas no coração a degolar
essa loucura imensa, à sina entregar
eu que vivi a vida inteira na espera,
haverei de em seus lábios me acabar.
Sérgio, Beija-flor-poeta
Segredos de Afrodite
Quero todos os segredos
escondidos nas entrelinhas
dos lábios seus, ó deusa,
cujo universo meu suspiro
rouba o que ainda resta
do néctar escorrido
entre as pétalas
dos nossos desejos,
dos nossos anseios,...
Nem mesmo o cair do sol resiste
aos beijos calientes
no momento exato
em que o acorde de nossas vozes
se cruzam em sétimos sentidos
dos seus segredos
de flor
e de mulher:
já me sussurraram
que Barcelona
tem a silhueta mais bela
à luz da lua.
Adones se apaixonou pela rosa
e se entregou ao martírio
que faz um nó na garganta
e deixa quaisquer homens
de pernas bambas.
Afrodite,
não esqueças de fechar a porta
e isolar o mundo lá fora,
pois somente nos resta, agora,
toda a magia do amor
que arde em chamas
dentro de nós.
Sérgio, beija-flor-poeta
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
nas pontas dos pés
assuste o meu coração
dizendo que me amas
e que já esquecestes
as sombras do arco-íris
desbotado pelo branco
já totalmente cinzas
no azul dos lábios meus
desgostos de bailarinas
em plena neblina
invadindo a janela
cerrando os ferrolhos
desse câncer
que é o nosso amor.
Despetale-se em mim,
pois ainda respiro
os últimos segundos
da perfeição eterna
do nosso único mundo
cheio de santidade
pelo menos ao nosso ver.
Não se sabe o que vem:
se a morte,
deglutindo as brasas da vida,
ou se a vida,
saboreando os oceanos da morte.
Sérgio, beija-flor-poeta
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Nos seios da morena-flor
Muerte,
que quieres ?
Minha vida é sua !
Muerte,
que quieres ?
Meus anseios
de estar ao seu lado
me devoram !
Meurte,
que quieres ?
Meus desejos
me matam
instantaneamente
sepultando os suspiros
dos segundos perdidos
nos lábios de Afrodite!
Muerte,
que quieres?
Livra-me da solidao
desse amor por ti,
degolando o estomago
que já respira
as digestoes visuais
dos acordes em pétalas!
Muerte,
que quieres?
Quiero amar-te!
Nada mais,
ó morte!
Sérgio, beija-flor-poeta
domingo, 22 de novembro de 2009
Asneiras
Pudera
estar no Brasil,
sinto muita falta
de escutar
o Brasil falando,
de ver
o Brasil andando,
se sentir
o Brasil na péle.
Princessa,
os instantes
em que te poetizo
são verdadeiros,
sei que certamente
seremos apenas amigos,
mesmo assim
eu gosto muito de ti,
muitas vezes
eu me deixo levar
pela força da poesia
e acabo sonhando
de olhos abertos
contigo,
comigo,
com seus lábios,
seus beijos,
seu corpo,
um nós a sós, arrupiados,
seus olhos arregalados
pra vida a me refletir
e a vontade
de te sentir
se torna muito mais forte
do que a rima
dos versos
que faço
ao teu seio
de mulher
e musa,
ó rosa
púrpura.
Sérgio, beija-flor-poeta
sábado, 21 de novembro de 2009
Escuros acústicos
Feche os olhos,
cerre as pálpebras
e sinta o momento
em que se deitam
e se apopiam
reciprocamente !
Amarre o vestido
tomara que caia
na folha esquerda
da janela fechada
para o mundo lá fora !
Páre o ponteiro
das horas,
dos minútos,
dos segundos,
dos décimos,
dos milésimos
colando-os
com esparadrapos !
Silencie o rádio
da cozinha,
se possível for,
jogue as pilhas fora
e amarre a boca
do cachorro
gritando socorro
em plena Belém - Brasília !
Corte o negro das nuvens
e deixe as gotas de sol
secarem o Sul
desse nosso Brasil
alagado pelas promessas
políticas !
E o suor respingar
a lavroura no Nordeste seco
de esperanças !
Avise aos Senadores
que a ponte que liga São Luís
ao resto do País
é motivo de vergonha
pois teme em cair
maré a baixo
e deixar isolada
a ilha francesa do amor !
Deixem de hipocrisia
dizendo que o Brasil
é País do futuro !
Não há futuro sem atualidades !
Gritem ao mundo
que a nação não é celeiro !
Celeiro rima com senzala
e escravidão, e coronelismo,
e colonialismo.
Esse ano eu vou comer vatapá
na Bahia e tomar
vitamina de abacate no Rio !
Acabem o tampa-sol
com a peneira !
E deixem de remendarem
vestido velho
com traços novos !
Eles rasgam e se esviezam
ao se costurarem.
Deixem as donzelas
unirem as linhas conjuntas
de beija-flor e de rosa
em pleno amor fatal.
Sérgio, beija-flor-poeta
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
a rosa de adonis
Quantas Helenas
haviam em Tróia
e quantas Tróias
foram helenizadas?
Quantas rosas
nasceram do amor
e quantos amores
foram rosificados ?
Quantos beijos
seus lábios roubaram
e quantos furtos
dos lábios beijados ?
Se um dia pensares
que o carinho
de pétalas se acariciando
no mesmo botão em flor
é sinônimo de liberdade
e o princípio do amor,
então me deixa
respirar o sabor
do seu mel que nasce
do símples acariciar
de pétalas vitais,
ó princesa.
Beijos salientes
e debochados, estalados,
no corcovado, no pão de açúcar,
na avenida paulista, na praça da sé
em seus lábios de mulher
a me devorar por inteiro
cada pedacinho de mim,
fazendo-se assim:
habitat do amor.
Nossa,
que beijo suave
e delicado,
e gostoso,
e perigoso !
Sérgio, beija-flor-poeta
Vitamina de banana
Eu tabém sonho com o dia
no qual vou me achar
refletido nos seus
seios helenizados
pelos deuses
Afrodite e Zeus
encantados pela flor-régia
no meu jardim
todo amazônico.
Quero me perder
no meio das palavras
que seus lábios recitam
e me achar na harmonia
do seu mais doce pulsar.
Por favor,
mata-me de beijos,
acrinhos e amores,
antes que seja tarde,
tarde demais.
Sérgio, beija-flor-poeta
Contraventos
Nunca diga adeus,
sem antes me ensinar
a viver só
e esquecer
que um dia
éramos inseparáveis.
Nunca diga adeus,
sem antes
olhar nos meus olhos,
sem piscar,
nem chorar,
nem morder
os próprios lábios
a implorarem
aparentemente
o que denominamos
de o último beijo.
Nunca diga adeus,
se sua vontade é ficar
e cravar seus espinhos
dentro da minha alma
já toda perfurada
pelas retinas
dos olhares seus.
Tire o chapéu,
feche o neruda
e mostre a face
inchada
de tantas lágrimas
pela volta
antes mesmo da partida.
T ire o chapéu,
tire o neruda
e me ame,
ama-me
como se fosse
a primeira vez.
Beija-me assim,
como se fosse
amor à primeira-vista,
depois da primeira.
Sérgio, beija-flor-poeta
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Menina
Você acorda de manhã,
abre as pálpebras
ainda meia fechadas
pela claridade
do dia nascendo
e um vento suave
corre pelo quarto
seus lábios
cheios de saudades
e desejos de serem
acariciados
ensaiam o primeiro sorriso.
O sol da meia-noite
penumbra sutilmente
unindo as linhas sonóricas
do violao ao violonista
arrancando gemidos
sensuais no plantar
da semente
que te germina:
mulher e flor.
Um beijo especial
assim, todo cheio
de um cerrar dentes
a ponto de te fazer
tremer dentro da péle
semi-nua.
Beijos, mil beijos,
o teu eterno fã.
Sérgio, beija-flor-poeta
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Sabe amor, ...
minha rosa encantada
de vez em quando
me dá uma vontade
tão grande
de estar pertinho de ti
e esquecer que sou apenas amigo
querendo mais
ir mais além
de me perder
nas retinas do seu amor
e sentir o prazer que a flor
traz consigo no seio amado
essa vontade de morrer calado
pra ninguem saber
qual o sabor seus lábios tem
esse espinho me faz tão bem
quando se trespassam
o azul-lilás
da sêda francêsa
já toda transparênte
ao olhares meus
ah, enlouqueça-me
minha musa, minha perdição
eu não suporto
essa noite tenho que ser teu
gemes tu e geme eu
nesse apogeu de libedade
eu sei que posso
gritar feito louco
o seu nome santo
e no maior dos acalantos
dentro de ti me germinar
amor bandido
nem sempre é covarde
pois até o próprio mendigo
ama sempre de verdade
posso até ser aleijado
surdo e mudo equivocado
pela cegueria do amor
ó aquarela brasileira
vou desfilar na sua ladeira
e ser o seu compositor
pra te eternizar
e ficar de bem com a vida
meu amor, minha querida
eu nascí pra ser só seu.
A prova que é,
eu sou caulhe e você a raíz
foi Deus que assim quis
e assim vamos morrer
eu sou muito feliz
estando ao seu lado
nosso amor de tão pecado
santificou o nosso coração.
Ái meu Deus, ainda morro de paixão !
Sérgio, beija-flor-poeta
sábado, 14 de novembro de 2009
Ainda
versos em trovas
assim encaracolados
nas retinas dos olhares
perpendiculares à luz materna,
lanterna aceza ao mundo,
cujos raios lunáticos
rasgam céus e mares,
ó sereia,
navegante errante
entre jardins ,
entre pétalas
da felicidade:
amor humano,
tao forte quanto divino,
que mesmo cheio de espinhos,
esses nao perfuram,
nem mesmo mata,
apenas sangra
o peito da saudade
que arde
e cria asas
pra voar
e beber seu néctar
que escorre
e lava
o seio já inundado
de tanto mel,
de tanta vida.
Sérgio, beija-flor-poeta
terça-feira, 3 de novembro de 2009
gata nêgra
eu
venho
feito brisa
marisca
entre ondas
sonóricas
do seu respirar
pétalas
aguçado
embaixo
dos beijos
entre um bater-asas
um beijar-flores
um se perder
levado
pela melodia
em rítmos
perpendiculares
de tuas curvas
em sintonia
com minhas linhas
retas
de um ser-homem-feliz
ó espinhos da esperança
xingando meu nome
quando consomes
tudo o que te pertence
elouquências
dos sussurros
dos paralelepípedos
fisgando a ponta afiada
do teu salto
alto
muito mais
que as estrelas.
Pousa
no meu bico
de beija-flor
e rimas o riso do amor
contido
nas notas
transcendentes-musicais
dos seus lábios
me levando à loucura
da plena felina que és.
Sérgio, beija-flor-poeta
Consoantes vitais
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Febril canção de amor
a brisa das palavras
enche de orvalho e pétalas
o póte que é nosso ser
já entregue à silhueta
toda acariciada
pelos lábios amados
de suas pérolas nêgras
ah, esses botões
de mais sublime exuberância
tu me fazes criança
ó fina flor da perdição aguda
que ardes em mim.
Nem mesmo eu consigo resistir
ao perfume cheio de um vício
que rasga o peito em dois
mundos diferentes
construindo uma nova história
uma nova verdade
pelos trilhos côncavos
das veredas convexas
que é nossa sina.
Sérgio, beija-flor-poeta
domingo, 1 de novembro de 2009
Lua de novembro
se eu passar na tua casa
eu vou pousar na tua flor
vou matar quem me mata
vou me alimentar do amor
eu saciarei a sede ingrata
e te presentearei o sabor
sejas tu a bruxa ou a fada
saciada no beijo beija-flor
que nessas noites de luas
nos seus lábios se perde
entre suas pétalas nuas
atendendo minhas preces
na cama, na grama, na rua
vulcão febril que me aquece.
Sérgio, beija-flor-poeta
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
peixes no aquário
acordei adolescente
e me entreguei em ti
somente em ti
é que eu me entreguei
doce amazonas
tuas ribanceiras noturnas
teu estrelar magnético
rouba o meu único suspiro
dos meus beijos navegantes
quando os lábios do pensamento
sufocam esse nosso tormento
de desejos presos
no zoológico humano
e se me engano
que a verdade durma
e eu acorde em teu seio.
Sérgio, beija-flor-poeta
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Flor do mal-me-quer
Anjos bordam com estrelas
a silhueta dos seus lábios sorrindo
e eu, ainda menino,
me perco em contá-las,
acariciando cada uma
como se fossem o riso
do amor contido em teu seio,
ó purpurina rosa da meia noite
que me embalas em sonhos
e me aproximas de ti.
Mal imaginas o bem que me fazes
ao me torturar com o silêncio
brilhante dos seus olhares
já loucos pelos beijos:
frases do amor que me apaixona
e consome a cada dia que surge
atrás das montanhas como sol
lunático em raios multicores.
Tu, somente tu és o verbo
declinado no mais que perfeito
presente dentro da certeza
de que juntos desvendaremos
os mistérios da vida.
Princesa da meia noite,
eu não desejo ser seu escravo,
nem tão pouco seu servo,
contudo, hei de beijar seus pés
e te fazer feliz.
Não te prometo o mundo,
as estrelas nem posso,
não me peças o meu amor,
nem mesmo a minha própria vida:
ambos já te pertencem.
Sérgio, beija-flor-poeta
Resposta ao poema:" Desejo você "
do amigo Antonielson
domingo, 25 de outubro de 2009
confissões
não me implores
que te doe todo o meu amor,
ele foi perdido:
pedacinhos por pedacinhos,
assim como as rosas
se doam:
pétalas por pétalas,
a cada ribanceira
de um leve respingar,
de loucuras ardentes
entre os dentes
da tigreza
e leão ao mesmo tempo,
permita-me morder
a ponta da sua língua
antes de dizer adeus
num até breve
dessa certeza
de retornar
e matar a saudade,
canssando-a
com unhas e lábios
carnudos,
presos aos delírios
famintos
do seu respirar mulher.
Sérgio, beija-flor-poeta
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Giras o sol
Freneticamente as tuas pétalas
encantam a nossa vida em flor
rascunhando o riso que espera
neve evaporando o tanto amor
a andorinha cavalgando a fera
neste dia mais lindo, o que for
diademas dos amores de bela,
amas a tempestade do cantor.
Monte mais do que mais negro
ouvires a prece da flor e beijas
néctares robado do deus grego
ternos sonhos luares-madeixas
e-bemol o qual tua voz arpejas
Nilo: és o rio a saciar-te queira.
Sérgio, beija-flor-poeta
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
amei os beijos,...
tesão gostoso por você
melhor seria beijar-te toda
e descobrir aos poucos
os segredos
que nós mesmos
já conhecemos
todavias e
entretantos sempre
nos levam à loucura.
Fico imaginando
que deve ser o máximo
se queimar nas chamas vivas
do seu vulcão.
Não me desculpe
pelo que te digo,
nem pelos desejos
e anseios do eu perdido
na distância entre nós.
Apenas feche os olhos
e sinta-se beijada
te arrrupiando todinha.
Chama-me de tarado
essa é a palavra chave
pra decifrar o fogo em mim.
Que lindo te imaginar
soltando o risos carinhosos
depois de me lambuzar inteiro
com o seu suco de mulher
e flor.
sérgio, beija-flor-poeta
poesia do amor selected
Nuvens negras
vida alfabética
as reticências
dos meus lábios te vendo,
as vírgulas
do meu olhar assim fervendo,
as interrogações
dos meus caracóis
são notas musicais
tão simples, tão bemóis
grafados na silhueta
do meu amor
cheio de ternura
a te flechar.
Eu, logo eu,
uma amazonas
cuja lança certeira
se faz bico de pena
pra te acertar,
ó dilema
de paixão estonteante.
Ainda que distante
hei de te perfurar
em pleno voo,
minha asa do destino,
esse amor peregrino
encontra em mim
seu abrigo:
vem comigo.
Tu me ensinas a beijar
e eu te ensino a voar.
Sergio, beija-flor-poeta
terça-feira, 13 de outubro de 2009
olhares britneyados
no mundo sempre se encontra
um cantinho e um violão
mesmo que seja sem cordas
e em meio de ruas curvas
melodias de uma paixão
cheia de um carinho
é uma esperança não morta
quando se respira o amor
a felicidade bate na porta
e se não for aberta
encostada
ou cheia de frestas
então ela arregaça
derruba suas folhas
e lança a porta ao chão
abre veredas pro coração
e num mirar fundo
as retinas dos olhares seus
envenena-te nos encantos de Zeus
ó Cleópatra viva
cujo nome transpira
num simples respirar
o peito já sedento de ti
pulsando em mim
as borbulhas das chamas
que é nosso espírito.
sérgio, beija-flor-poeta
oito e vinte e dois da manhã no velho mundo
neves em flócos sobre os telhados avermelhados
céu cinzento de Munique
Sérgio
Sabrás
Sabrás que no te amo y que te amo
puetso que de dos modos es la vida,
la palabra es un ala del silencio,
el fuego tiene una metad de frio.
Yo te amo para comenzar a amarte,
para recomenzar el infinito
e para no dejar de amarte nunca:
por eso no te amo todavia,
Te amo y no te amo como si tuviera
en mis manos las llaves de la dicha
y un incierto destino desdichado.
Mi amor tiene dos vidas para amarte.
Por eso te amo cuando no te amo
y por eso te amo cuando te amo.
Pablo Neruda ( 1904 - 1973 )
O mestre dos poetas
ensina-me a voar
mel,
yo quiero mel
sacia a minha sede
e me mata de vez
dentro deti
a minha perdição
mel,
eu quero mel
gritam às asneiras
as veias pulsantes
do coração alado
quase degolado
pela solidão
que sua falta me faz
e mesmo
que seja veneno
dele me sustento
e desesperado
alastro meu pranto:
néctar,
quiero solamente
as batitas do seu coração
para mim
Amor,
crucifica-me
entre beijos
a me inundares
com o seu mel.
sergio, beija-flor-poeta
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
veríssimus luciáticus agudos
doença causada pelo mal de amor
e se for o que não se deveria ser
seria os quês dos lábios: beija-flor
em pleno néctar, ráios: amanhecer
em plena maré de domingo, calor
de ondas paralelepípedas do viver
entre o riso do espinho: meu você
entre primaveras, geadas de vapor
de tanta fome comi o pão de açúcar
com manteiga, presunto e mortadela
adocei o café, armei o meu neruda
e me entreguei aos carinhos da fera
o eu homem se torna etrela noturna
em teus laços de fita prendes a bela.
sérgio, beija-flor-poeta
sábado, 10 de outubro de 2009
Nandacarú
um ninho assim,
cheio de carinho ?
cheio de ternura ?
cheio de amor ?
um ninho assim,
cheio de paixão ?
cheio de emoção ?
cheio de maçã ?
um ninho assim,
cheio de mangaba ?
ceio de cajá ?
cheio de mangá ?
um ninho assim,
cheio de luares ?
cheio de solares ?
cheio de estrelares ?
um ninho assim,
cheio de mim ?
cheio de você ?
cheio de nós ?
Beijos arrupiados
no teu seio morena
seu agatinhado olhar
minhas acácias venenas
o meu paladar
já torturado
como sabor doce
do teu líquido
inundando meus lábios
como se fosse
o branco suculento
da manganês
ama-zônica flor-régia
cujos beijos despetalam
nossos espíritos ao amor.
Sérgio, beija-flor-poeta