Feche os olhos,
cerre as pálpebras
e sinta o momento
em que se deitam
e se apopiam
reciprocamente !
Amarre o vestido
tomara que caia
na folha esquerda
da janela fechada
para o mundo lá fora !
Páre o ponteiro
das horas,
dos minútos,
dos segundos,
dos décimos,
dos milésimos
colando-os
com esparadrapos !
Silencie o rádio
da cozinha,
se possível for,
jogue as pilhas fora
e amarre a boca
do cachorro
gritando socorro
em plena Belém - Brasília !
Corte o negro das nuvens
e deixe as gotas de sol
secarem o Sul
desse nosso Brasil
alagado pelas promessas
políticas !
E o suor respingar
a lavroura no Nordeste seco
de esperanças !
Avise aos Senadores
que a ponte que liga São Luís
ao resto do País
é motivo de vergonha
pois teme em cair
maré a baixo
e deixar isolada
a ilha francesa do amor !
Deixem de hipocrisia
dizendo que o Brasil
é País do futuro !
Não há futuro sem atualidades !
Gritem ao mundo
que a nação não é celeiro !
Celeiro rima com senzala
e escravidão, e coronelismo,
e colonialismo.
Esse ano eu vou comer vatapá
na Bahia e tomar
vitamina de abacate no Rio !
Acabem o tampa-sol
com a peneira !
E deixem de remendarem
vestido velho
com traços novos !
Eles rasgam e se esviezam
ao se costurarem.
Deixem as donzelas
unirem as linhas conjuntas
de beija-flor e de rosa
em pleno amor fatal.
Sérgio, beija-flor-poeta
Simplesmente lindo... Rítmo perfeito em versos prazeirosos e de grande reflexão.
ResponderExcluirBeijos confessos...
Nossa moço, quanta inspiração,. Abalou
ResponderExcluirBjs