O seu silêncio
me mata e me alimenta
e quanto mais a vida passa,
mais meu coração não aguenta
a saudade que não se afasta.
Ah, essa paixão ingrata
e tão cheia de ternura,
amor, meu eterno amor,
caliente são tuas pestanas
que se assanham quando
o compasso da vida
se desnorteia, desequilibra
e nada mais me resta, querida,
a não ser o amar
do teu mais néctar silencioso
entre pétalas, entre sonhos,
entre amor e flor.
E mais tardar,
quando eu, um livre beija-flor
se enlaçar entre tuas pestanas,
hás de dizer que morrí pra vida
e renasci pro teu seio: ó pepita.
Sérgio, Beija-flor-poeta