O amor,
aquele indivíduo
flagelado em pedaços,
triturado ao meio
como a erva
cortada em pedaços
no meio do trigo
pelo agricultor
com o estômago
colado no fundo
das costelas de Adão
e, com a lágrima de dó
ao triturar a daninha
nos dentes.
Foi então
que cheguei ao açoite
de dizer pra mim mesmo
que o amor nada mais é
do que a erva daninha
que me corta em pedaços
e me tritura feito o trigo
que gera e alimenta a vida.
Se um dia
não acreditares mais
no meu simples dizer
que te amo, é que
ficastes cega
pela lâmina cálida
do amor que me rasga
brutalmente e eu,
eu estarei aqui
sempre a te amar
aos gritos pelas paredes
no desespero dos dias
passando e me ressecando,
todavia, nunca me matará,
ó amor eterno.
Salto: nos saltos da vida,
encontrei-te querida:
dentro de mim e de ti mesma.
Sérgio, beija-flor-poeta