as sílabas acústicas
do violão de helena
são carícias da brisa
de uma ternura plena
que meu olhar arrisca
e se perde nos tremas
ressoando a marisia e
fôssemos almas gêmeas
mesmo assim te amaria
ah, felicidade escancarada
que meu peito guarda
tesouro, riso de esmeralda
que minha dor afaga
essa saudade apalpa e
nos lábios trêmulos guardas
o néctar que me avassala.
- Lindo isso!
vou guardar com as outras com carinho
- vou copiar e te enviar
- mande sim por favor
- vou colocar no blog
- guardo sempre
guarde sempre
as nuvens nêgras
respingam orvalhos
que minha rosa em botão
sonha e de sedenta
se afoga
a cada pingo
suado
caindo céu a baijo
como se o amor
rolasse
gota a gota
ladeira a baixo
aquecendo
o seio
ambulante
na Praça da Sé
embusca
de um frio
em pleno verão
vem,
estendes a mão
e guardas essa semente
assim tão carente
no jardim
do teu coração
te vejo poeta
- risos
te leio poeta
- musa
te vejo poeta
fica tranquilo, não tem
que se desculpar,
eu tenho a agradecer
te leio poeta
vem,
aconchega
a cabeça
no meu ombro
poetas também choram
poetas se apaixonam
eu tenho certeza
fica tranquilo
somente o meu peito
sabe desse desfeito
qu é ser poeta
ah, poeta
que mal seria de ti
sem a musa
sem a princesa
sem a donzela
maravilha
me enterneço
e gosto do que vejo
e do obscuro tambem
o meu maior desejo
seria beijar-te, meu bem
como pode?
como podem os anseios
de uma palavra apenas
sair tão facil
uma poesia
saudades de alguem
poesia, delírio, desvaneio
esse mal de um querer bem
é amor perfeiro, amor
quem manda no meu coração
dá-me asas, meu beija-flor
sinto a sina devorar a razão
sabe
eu estou pensando
agora
que sabor
tem os teus lábios
é tão lindo ver essa sua sensibilidade
tão facilmente aflorar
tem o meu doce sabor
- quantas batidas
arrepias o coração
se me perco no pensares
matei a sina
enforquei a razão
somente pra te sentir
um verdadeiro vulcão
com a distância me matando
e se te encantas
melhor que seja essa loucura
de me perder entres teus lábios
húmidos, arejados
sedentos de amor
paixão e ternura
a matriz badala as oito
a fome aperta
morreremos os dois
hje a noite
vamos nos amar
pelo menos
no último badalar
que nos resta
Sérgio, beija-flor-poeta