domingo, 17 de outubro de 2010

medo do futuro?

nem mesmo a barricada de espinhos
me deterá frente à frente
quando estiveres do outro lado
da lua em quatro faces
e quando minguares em mim
hei de ser teu crescente
quando meio e tu,
tu serás comigo
inteira, ó lua de quarentena,
na doce ilusao que curar
os males do amor
que nos avassala:
fugir de que?
Pergunta-se o futuro
já totalmente rendido
aos feiticos mágicos
da montanha russa que somos:

rosa beija o beija-flor
e o enjaula para sempre
enbtre as pétalas
no seio sem grades,
sem correntes.

Ardentes somos
à luz das velas
iluminando o nosso querer
e queimando assim
tao sutilmente
a ansia e o medo
do futuro que nos úne.

Adeus mundo cruel,
despencou-se o beija-flor
abismo a baixo
pra se entregar às torturas
da rosa ainda em botao.

Sérgio, beija-flor-poeta


nao há rosas sem espinhos

o nó na garganta pesa,
fui pro médico
e ele me receitou
...ir às pressas
aos abracos seus
e me entregar
à medicina dos seus beijos
e mesmo que o seu néctar
tenha o sabor do féu,
lembrou-me o tal curandeiro
que toda medicina que cura
traz o seu sabor amargo
pela raíz.

Sérgio, beija-flor-poeta

sábado, 16 de outubro de 2010



a paixao de Adones

felizes dos anjos
que trocaram suas arpas
pela silhueta melódica
das rosas o seu amor.

Deve ser essa a causa
dos beija-flores suas loucuras:

esse eterno vício
de furtar o mel
entre as pétalas
e cair totalmente bebado
de amores,
sem ao menos se incomodar
com os espinhos
fazendo cócegas
e arrupiando
os ponteagudos,
ó flor
do amor
em sétima maior.

Sérgio, beija-flor-poeta



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Velejos




marés altas,
meu amor,
tomam conta de balanciar
a jangada e me esvoar
entre as dunas
de tua silhueta
em Copacabanbas vivas,
aquelas tipo asa-delta do tempo.
Perder-se nesse emaranhar
de pensamentos latentes
em guerras incansável
com o sol
morenando os lábios
à flor da péle.

" águas silenciosas
sao profundas "
e é por isso que te deitas
no silencio do meu peito
e fazes um carnaval
de felicidades.
Sonhar pra que,
se viver é bem mais que melhor ?

Somos velejos,
meu amor,
um do outro
e nada mais.

Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 10 de outubro de 2010

O céu do amor



A morte já não tem pena de mim,
pelo contrário,
morre de medo
do meu fim.
E me pergunto,
o que seria dela
sem essa dependência,
sem esse estado
esquelético da roseira
sem pétalas,
somente espinhos cálidos
pela neve derretendo
ao beijar o peito
ardendo de amor:
vulcão em erupção,
prestes a transformar
tudo em cinzas.

Se morresse agora,
enterra-me no teu coração
e terei acerteza
de que estarei no céu,
no nosso céu.
Sérgio, beija-flor-poeta

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Marcelo descobre a Alemanha

Não perca essa oportunidade
de conhecer a escritora
Regina Drummond
pessoalmente !
No dia 28 de outubro, às 18:30 hrs,
a escritora Regina Drummond
estará lançando o seu mais novo livro ,
na Livraria Martins Fontes da Paulista, número 509,
com metrô na porta.

O livro é juvenil e se chama
"Marcelo descobre a Alemanha".
Sai pela FTD.

Abraços e felicidades mil !

Sérgio, beija-flor-poeta

segunda-feira, 27 de setembro de 2010




Colibri



beija as flores,
ó beija-flor,
e beijas em mim a flor
em botão a se abrir
aos raios solares
dos seus beijos de amor,
ó beija-flor!


Tu, que entre os ciclos
da lua em suas estações
a colibrires com magia
a felicidade das estrelas
em mim, num brilho
enlaçado de nossas retinas
que mesmo em sonhos
vivem a se procurar
e a se encontrar
na escurdão da noite
vaga-lumeada pelas chamas
existentes em nós da vida.
Beija-flor: eu te beijo.

Sérgio, beija-flor-poeta

sábado, 11 de setembro de 2010







não me vicie

o amor é perigoso demais,
é poço de água parada
e todos sabemos
que águas paradas
são profundas.
Tudo bem,
eu sei nadar,
aprendi aos cinco anos
atravessando o rio
onde nasci,
pulando da cabeceira da ponte
e mergulhando nas correntezas
dessa vida de lutas.
Entretantos,
no mar de amor
posso bater os braços,
jogar as pernas pra todo lado
e nem golfinho vai me salvar
das águas sem cabelos,
então eu vou me afogar,
a não ser que me socorras
no último instante
em que respiro teu santo nome,
ó rosa proibida.

Sérgio, beija-flor-poeta

quarta-feira, 8 de setembro de 2010



nao me poupe do amor

eu vivo intensamente egoístico
o meu respirar acústico,
sonoridades oscilantes
entre os fios de cabelos
...curtinhos e arrepiados
pelo sopro noturno
dos sentimentos bailarinos.

É chegado o tempo
de colhermos as petalas,
pois as rosas tendem
a decepar os espinhos,
abrindo portoes
e destelhando casas
para pousares,
ó estrela-guia,
acorrenta-me
aos carinhos seus:
prefiro me congelar
ao calor das chamas
do teu vulcao febril,
a morrer queimado
no frio do sahara.

Nao me perguntes
quem sou,
porque um dia fui.
Nao me perguntes
quem serei,
porque hoje sou.
Nao me pergunte
quem fui,
se nem mesmo sei
de minha sonbra
perdida na escuridao
dos nossos passos:
escuta-se rumores
e sussurrros,
sao os gemidos
de nossas almas
uma na outra viciadas.

Sérgio,. beija-flor-poeta

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A felicidade

  • "Se um poeta consegue expressar a sua infelicidade com toda a felicidade, como é que poderá ser infeliz? "
    Mário Quintana

  • a intensidade na vida de quem tem seus pensamentos sempre circulando na mente, como se fossem tempestades de amores em alto mar bravio deserto, essa vontade dominante de sempre querer escrever o que na mente e no coracao e o tempo correndo, desesperado, ... às vezes me pego dormindo com a poesia nas pontas dos dedos e outras diversas vezes, tenho que parar para cuidar da vida normal, dos afazeres, caso oposto, morro de fome materialista.

    O verdadeiro poeta sempre vive com muita intensidade, sua capacidade de ser o que nao é e se encontrar em outra pessoa, em outro objeto e, no mais tardar, em si mesmo.

  • O mundo nunca vai entender certos poetas, apenas admití-los como loucos escravos da poesia.

  • Felizes os que conseguem grafar nas pautas existentes das entrelinhas do coracao, num intervalo pulsativo e explosivo, as letrinhas silábicas de uma frase, uma oracao.

    Apenas eu desejo, que cada " ponto final ", no seu mais breve parecer, seja apenas um " ponto continuando ".

    Que seja assim a vida também.

  • Sérgio, beija-flor-poeta

    quarta às 13:47

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nunca



o beija-flor que te beijou

um certo dia

na escuridao do tempo

ainda é o mesmo

e nunca irá pousar

em outro jardim

à procura da rosa

que tanto ama.

Se um dia

ressecares e tuas pétalas

se unirem à terra

carente de orvalhos,

nao quebre os epinhos,

pois que

eu hei de me perfurar

o coracao por ti latente.

Nenhum beija-flor

consegue viver

sem a sua rosa.


Beijos, amor:

beijos.


Sérgio, beija-flor-.poeta
O a Deus !

é muito tarde pra sair da minha vida
é muito tarde pra te esquecer
é muito cedo pra sair da minha vida
é muito cedo pra te esquecer

e, se for pra morrer de amores
que me espinhem as pétalas
e cálidos os espinhos das flores
que seja meu peito uma pedra:

duro por fora, mole por dentro
e no seu mais tardar lamento
sejas meu o somente alento

se te vais embora,
cortas minas asas
e arrancas do peito o coracao
que por ti maluco está
e, se ainda assim
dizeres o adeus,
que o a Deus
seja entao o meu fim.

Sérgio, beija-flor-poeta

quinta-feira, 19 de agosto de 2010



Lindo de se ver


Oi, bom dia
escorreguei da cama
e vim me dedicar
aos meus vícios
de linguagens
envolvendo letrinhas,
sílabas, verbos,
adjetivos e uma coleção
de pontos interrogativos,
exclamações onduladas
pelas retcênceas,
pontos e vírgulas simultâneas
do pensamento contido
dentro dos corações
sinônimos opostos
ao que nos aproxima:
que seja a amizade,
que seja o amares,
nos poréns condicionais
à respiração de nossos anseios,
desejos e esperanças,
de luzes trespassando
as frestas das folhas das janelas
e do telhado de palha
pegando fogo:
não, nunca, jamais usarei
do lápis para um ponto final,
pois a vida sempre continua.
Sérgio, beija-flor-poeta

beijos doces

feche os olhos
e sinta o calor da minha respiração
bem pertinho dos seus ouvidos,
escute os meus suspiros
quase que silenciosos,
arrupie-se ao calor dos beijinhos
à flor da pele,
no canto esquerdo dos seus lábios,
roçando-os de leve
e beijando com ternura
o outro canto
de sua boca.
Nossos lábios,
frente à frente
de olhos fechados
sentimos um tremer de pernas,
um frio saindo da barriga
e correndo pelas ecostas acima,
nossos lábios se acariciam
e se arrupiam cada centímetro redondo
de nós dois,
todos os cabelos e pêlos espalhados
por nossos corpos ficam estarrecidos,
de pé, ...como se acabássemos de levar
um chóque de tantos desejos e anseios.
num tóque bem sutil e suave
Nossos lábios se abrem
e numa fresta,
meia que casual, mais que proposital,
como se nossos lábios implorassem reciprocamente
pelo beijo que tanto queremos roubar
um do outro, a boca já cheia de água
e uma sede enorme alaga a súplica final,
fatal pros beija-flores que se amam
e ficam pairando no ar infinito
espêlho no jardim encantado
que são nossas vidas.
Escuta-se um beijo estalado
circulando nossos corpos,
invadindo nossos póros:
beija-me, suplicamo-nos impiedosamente
no mesmo espaço de tempo
interrompido num longo décimo de segundos:
somos um na nossa eternidade.

Sérgio,beija-flor-poeta

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


A felicidade das pétalas


quando a tal de felicidade

esmurrar tua porta com ternura,

dar marteladas nas tuas janelas,

sacudir o telhado a baixo

com tanto carinho e afeto,

em risos paralelos à mesma,

entao transforme as portas

em portoes assustadores de tao grandes,

escancare as folhas das pétalas

que encobrem as retinas ocularese

destelhe o arco-íres estrelado,

a fim de que os raios do sol lunático

tomem conta do botao que és

e se deixe abrir

num leve beijo-beija-flor

em primaveras de amor.


Sérgio, beija-flor-poeta



Faça do não um NÃO


Na vida
é muito mais fácil
dizer sempre sim:
comece a dizer NÃO
pras coisas que não gostamos
e que nos incomodam,
pras pessoas que nos oprimem,
praqueles que roubam nosso sorriso,
praqueles que roubam a paz,
praquele político
que sempre faz tudo
com as verbas públicas
e no período de eleições
acha que fez um grande bem
e, na verdade, foi tão pouco,
pois é representante do povo
e nunca de si mesmo.
Vamos dizer NÃO ao SIM simulado
e SIM ao NÃO acanhado,
vamos transformar o não em um NÃO
com um sorriso nos lábios
pra todos percebermos
que somos felizes em dizermos:
NÃO ao espinho que oprime a rosa.

Faça do não um NÃO!
O sim ou SIM são fáceis;
NÃO praquilo
que rouba o sorriso,
a paz.
NÃO ao SIM simulado;
SIM ao NÃO acanhado:
faça do não o NÃO !

Sérgio, beija-flor-poeta


A ROSA PRIMAVÉRICA

bom dia princesa,

eu te desejo um dia lindo,

sorria,

não para esconder tristezas

e sim,

para alimentar

e fazer brotar mais e mais

a felicidade que existe

dentro da pessoa maravilhosa

que és.

lembre-se

de que as rosas sempre se dão a liberdade

de desabrocharem no outono e brotarem

com as primeiras gotas do orvalho na primavera,

abrindo-se pra vida

e mostrando ao mundo que a cada estação

se tornam mais e mais belas,

atraentes e cheias de vida e esplendor,

encantos e magiasplenas,

rosas cujo néctar é fonte de vida

e alimento pros que acreditam num novo florescer.

Esse néctar de que tanto falo

é o amor mais puro que temos em nós

e ninguém o consegue abafar,

deve ser por isso que a terra

é mais aconchegante.

Na vida é muito fácil dizer sim:

comece a dizer não para as coisas que não gostas.

flor régia amazônica,...

e acredito na força contida em teu seio.

Lute, batalhe, esperneie,

não te preocupas, derrotados

são os que não vão à luta

ou mesmo os que desistem,

não os que caem,

pois é na queda que se abastecem de energias

e se fortifica pra nova etapa.

Cair e se ralar faz parte da vida,

todavia,

a vitória tem assim seu sabor especial.

Bjs e um lindo dia !

Sérgio,beija-flor-poeta

terça-feira, 17 de agosto de 2010



cristais do tempo


o muro é de vidro,
meu amor,
cuidado ! Quebra !
Pode quebrar,
apesar dos anos
e da garantia
e da certeza duvidosa
de que tudo tem seu meio,
começo e fim.
Nunca se põe
um ponto final
no meio de uma oração
pendente, isto é:
subordinada ou mesmo
condicional,
pense nisso
e a guerra teria seu fim.
Colecione as pétalas da vida
e não te esquças
de que mesmo as grandes
felicidades se constituem
de pequenos instantes
felizes.

Não me encoste contra a parede,
ela não é de aço,
nós vamos nos ferir.
Por outro lado,
mais antes sangrar de amor
do que de ódio.

Sérgio, beija-flor-poeta

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


é inútil negar que te amo


entre os becos
se ouve os alaridos
dos aflitos bêbados
engaiolados em si mesmos,
a esmo e desolados amores
engarrafados os sapos enfeitiçados:
uns príncipes, outros jacarés
nos abismos em plena Av.Paulista.
E se vive entre os torpedos
atômicos e as águias famintas.
Respirar pra quê, meu anjo desguardado ?
Página virada na humana história
dos arranha-céus motorizados
os elevadores nunca elevam as
felicidades.
E tu, amor e razão da minha vida,
tu encontrarás surpresas nas
entrelinhas rebeldes
do amor que te tenho:
negar-te é impossível,
ó espinho,
vejo-me refletido
na escuridão da noite
e os olhos vermelhos
de tantas saudades
de ti.

Sérgio, beija-flor-poeta

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

articulacoes do amor




apareci no miolo do pote,
bem no fundo, sabe,
e nem sequer me surpreende
ser bebido e saboreado
por ti.
Na verdade até me deleito
e me aproveito
dos seus lábios se unindo
a darem o hálito
de estarem adorando
o sabor do néctar
que te guardo no meu peito.
Eu somente passei pra te namorar
um pouquinho.

Sergio, beija-flor-poeta

pesadelos de um beija-flor




noites caídas assim
é que me lembro
de tantas estrelas,
sabe aquela lua
que mais parecem
se confundir com os seus lábios
sorrindo de felicidades
por ser a rainha.
E eu nem quero escapar
dos seus feiticos,
seria convarde
para comigo mesmo,
cerca-me
com seus lacos de fitas,
implóro-te,
e dá o nó mais apertado
que existir no mundo
do amor e da felicidade,
hei de me sentir
um homem quando
adormecer nas suas
pétalas macias, suaves
e sonhar um sonho bom:
que seja o pesadelo do amor.

Beijos

Sérgio, beija-flor-poeta

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

beco sem saída




o amor me pegou de surpresa
e fechou todas as portas,
todas as janelas,
até mesmo as frestas
entre as palhas do telhado
e os buracos da parede de taipa
foram papados,
os sinais fecharam
e as vias se tornaram
mão única
e os becos sem saída
se multiplicaram:
tamparam o sol
com a peneira do amor.

Beijos: eu te amo pacas !

Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 25 de julho de 2010

Você é muito otário




o amor me pregou uma peça:
esqueça, ó coração vadio,
teus desavessos avessaram
a minha vida e me jogaram
de cabeça pro ar
e pernas pra baixo:
otário, pensou o beija-flor,
otário do amor,
cujo acento agudo
timbra somente o sofrer
das pétalas acariciando
a flor da péle.
Quem dera ser
o otário que amas,
ó rosa perfeita.

Sérgio,beija-flor-poeta



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Peixe vivo

meu avô tinha um sorriso

de menino buliçoso, traquino,

daqueles de pregar peças.

Foi numa certa sexta-feira

treze que ele bateu

avexado quase botando

a porta a baixo.

Hoje tem pescaria !

acorda, hoje tem peixe

pra ninguem botar defeito!

Dito e feito:

mal se arregalaram os olhos,

nem deu tempo pras pupilas

se latejarem com os raios

do sol queimando o coro.

Depois de umas duas

ou tres léguas, uma curva ali,

uma esquina acolá

e haja arrasta pé

e levanta poeira.

Do meio da mata se

escuva o vento forte

ninando nos ombros

o assustador badalar

da horas do meio dia.

Deus nos acuda,

meu Padim Pade Cícero

do Juazero, quando nois

chegar lá, o tal do açúde já secô

e o peixe, seesse for voadô,

tá milhas e milhas da gente,

Depois de dispencar ladeira

a baixo é que chegamos,

o suor pesava no rosto

e a sola dos pé toda rachada

de se bater no chão duro.

O que nóis via era só uma lagoinha,

mais ou menos um metro por um metro.

pois o resto tava cobrido por uma

planta rasteira. Nós tivemo

que alimpar primero a lagoa

pra dispois pescar.

Já é quase finzinho de tarde

e quando cumecemo a arrastar a rede

já aparecia as primeiras estrelas.

Inté o cruzero do sul brilhava no marzão azul

sobre nossas cabeças.

Depois da meia noite arresorvemo voltar pra casa:

sem peixe, somente uma piabinha magrela e cheia

de espinhas.

Sob o luár da lua cheia nós batemo muito chinelo

Inté avistar de longe o nosso esconderijo, o galo

do Zé marcava a hora de ir pra feira, era cinco da madrugada.

Inté os dias de hoje se pregunta se o tal do galo

marcava as horas ou sirria da cara da gente ou tirava sarra

da piabinha só o palito.

Vovô conta sempre essa cunversa e os santo lá no céu

morrem de sirri que até São Pedo tem de soltar seus trovão

pra acarmar a revolta de vinte macho e uma piabinha magrela

e revoltada da vida.

Vovô éra muito creativo, ele nunca mentia, sempre inventava

umas estórias do tempo da veia e gostava de se vestir de alma

cum castiçal do seu pade pra assustar o pessoá no meio da mata.

Mas essa é outra istória invocada, vamo deixar pra dispois,

agora é hora de pegar no sono esonhar com vovô lá no céu.

Sérgio, Beija-Flor-Poeta

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os lábios de Eva



Siga
e persiga
a poesia:
grafia dos lábios
de marisia
em plena L2
do equaltorial
sul-americano
coracao pulsante
no centro de Paris:
Brasil - principe dos mares,
Sampa - rainha das amazonas.

Índio-flecha
o riso sorriso
nas rimas
dos olhares seus:
perdoa-me,
nao sei rezar
e a santa que amo
ainda está entre nós,
terrestres beija-flores.

Siga:
persiga o amor:
cassa-me em ti,
nao nos ares,
nos mares,
em outros portos.

Os lábios mortos
da ingenuidade que somos
quando cegos amamos,
abrir-se-á com a lágrima
em gotas de orvalho
fecundando teu seio,
brotando meu ser.

Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 18 de julho de 2010

a maçã do desamor


Eva,
quantas pétalas nuas
estraçalham as vidraças
do meu ser beija-flor,
melhor bater asas ao vão
do que morder aos bicos
as estrelas noturnas
sem a mínima esperança
de se estrepar no mel
do néctar solar:
é meia noite e meia,
aviões tropeçam em mim,
oh rosa dos ventos,
que minhas penas do amor
encontrem abrigo
entre tuas pétalas sangrentas
de saudades e anseios
pelos beijos meus:
pirata dos sete-mares.

Sérgio, beija-flor-poeta

terça-feira, 13 de julho de 2010


Que nem o céu e o sol

as luzes: lindos olhos teus

se amarram com as retinas,
as desse beija-flor de Zeus
quando tu formosa alucinas

as noites do amor luminosas

são as íris dos arcos-menina
flecha-veneno, bruxa piedosa
sugando-me, teu mel alucina

a virgindade da amazonas-flor

cujas pétalas-régias pepitam
do arco da flecha a sétima cor

são seus desejos que exitam:

vida brotando aos póros amor,
que me prendas no laço de fita.



Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 11 de julho de 2010


Chapéu nêgro

estava esperando:
você.
corri entre avenidas
e ruas de Veneza.
eu era tristeza
e agora senti
os lábios da saudade
acariciando o peito
à flor da pele.

Esqueça que eu existo,
todavia: nunca que te amo.

Sérgio, beija-flor-poeta

Amizades de um Beija-flor





A flor da vida
é dádiva querida
que a semente
do amor presente
nos brota
a cada nova primavera,
cuja espera
não tem preço
e, por mais
que não mereço,
mesmo assim
continua nectando
a magia desse dia
enluarado de pétalas:
as da amizade,
as do amor,
as da paz,
as da felicidade
por saber que existes
e que és tal flores
que se despetalam
para deixar o mundo
mais mundo.

Sérgio, Beija-flor-poeta


Poesia feita para o amigo
Antônio Poeta

sábado, 10 de julho de 2010

pétalas mortas II



Tolo do que crê

nas pétalas caídas

da rosa, outróra botão

e cujo néctar jorra

à marisia atropelando

os surfista de pantera:

Beija-flor-alucinado

pelos espinhos cálidos

de tanta espera pelo Amor

de Adones.

Tolo do Beija-flor

que não acredita na vida

escondida atrás da morte

transparente sequidão

do botão de rosa:

flor amorosa;

pecado santificado

por Zeus, tornando-me Ateu

à Divindade; entregue à salvação

dos abraços seus gemidos de liberdade.


Sérgio, Beija-flor-poeta

domingo, 6 de junho de 2010

Beija-flor desatinado




Esquecestes de mim,
apagastes a chama
da vela se queimando
de amores e carinhos,
de saudades que fazes
em mim, com um beijo,
abrir-se a rosa mais bela
a espalhar suas pétalas
pelos caminhos estreitos
da vida que reservei
pra nós dois.
Beija-flor ama
o orvalho enluarado
lavando a alma
e penetrando o seio
e se afogando
no néctar fluente
de suas artérias,
ó doce primavera,
morrerei eu
se um dia sequer
nao pensar em ti.

Beijos,
eu te amo tanto.

Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 23 de maio de 2010

beija-flores à mil



A melhor coisa
na vida de um poeta
é saber que a musa
lhe torna mais homem
e menos poeta,
isso não é poesia,
isso é parte da felicidade
que teu seio erradia
e as pupílas do amor
se alastram num me devorar
à distância.
Vontade imensa
de acariciar teus lábios
com a ponta aguda
da minha língua
e te beijar suavemente
misturando o teu mel
com o sangue
que percorre os labirintos
do meu coração:
ser pulsante,
amante de ti.

Quero-te,
mesmo que seja
por uma noite apenas,
mesmo que seja
por uma semana apenas,
mesmo que seja
pecado, e se for,
que seja de amores.

Quero sentir o teu corpo
grudadinho de suor
ao meu, feito tatuagem
grafada bem no fundo da alma.

Não precisas ser princesa
para quebrar os encantos poéticos
transformando-me em homem
e me livrando do poeta.

Beijos te fazendo mulher,
anjo fora do paraíso.

Sérgio, beija-flor-poeta

terça-feira, 11 de maio de 2010

O corte fatal



se o coração se incendeia, ...
é que a saudade se queima
nas chamas do amor

Sérgio, beija-flor-poeta

sábado, 1 de maio de 2010

Canção de fé



Eu: vou sair

entro mais tarde,

passou das 16 h

a hora da ave maria

está se aproximando

como eu não sei rezar,

vou ficar de olho

nas rosas

pra não se espinharem

entre os cravos.


Sérgio, Beija-flor-poeta



quinta-feira, 29 de abril de 2010

Hora da fome




amigo, desista dessa
de que poesia alimenta a alma
e sacia a fome .

amigo, desista dessa
de que a poesia cerra a fome
em pedacinhos vocais
enriquecendo assim
o nosso triste analfabeto,
que não sabe se advinha
ou mesmo se perde
nesse mundão de vogais
avulsas.

amigo, desista dessa
de que o amor tenha a paz
por consequencia óbvia
depois de uma guerra astuta.

amigo, esqueça tudo
e festeje o dia de hoje,
pois ele é todinho seu,
pois nada seria possível
sem a sua existencia,
tao pouco poética,
como humano e genial
que és.

Feliz aniversário,
que estejas sempre com fome
nessa hora em que a poesia
passa a ser seu alimento
e lhe proporcionar algo mais belo
que um simples paladar silábico.

Com carinho e admiracao profunda:
parabéns e felicidades mil

Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 18 de abril de 2010

Fome de ti



Amor,
teus olhares me devoram,
teu perfume me enlouquece,
teu néctar me envenena
e teus beijos me afogam.

Não, não rias,
divina seja sempre
a comédia humana,
essa a Deus engana,
se o melhor mesmo
é ser enlaçado
pelo teu seio
em pétalas.

Ó rosa dos ventos,
tu roubas os pensamentos
outróra meus, hoje seus,
esse seu mágico delírio
de seres a minha perdição
me fez presa no labirinto
que é esse amor,
essa ânsia,
essa esperança
contida entre os lábios
dos beijos que tanto desejo
como veneno
no final da chama
dessa vida vivida
aos teus carinhos:
acalantos em plena
auróra.

Depois de cada erupção
vulcânica, ó rainha,
sempre há uma nuvem,
que por mais nêgra que seja,
sempre traz consigo
as cinzas do meu eu
que ainda sofre e padece
à espera do teu botão,
ó donzela da minha vida.

Sérgio, beija-flor-poeta

sábado, 10 de abril de 2010

Flecha envenenada



Teus lábios, ...querida,

ressoam tua voz suave

acariciando minha alma

se derretendo por toda

e eu, eu de pernas bambas,

sinto um embrulho no estômago,

um nó na garganta,

um reboliço no coração

dilatando as artérias.

Ah, esses lábios teus

que beijei por acasos do querer

me entregar escravo

aos olhares de lágrimas salgadas

e derramadas por outro cravo.

Óh, ... doce encanto

de um tanto gemer

lírico aos suspiros da felicidade

harmônica no seio da flecha

oscilante em pleno voo.

Esses teus olhos trespassam meu peito

já totalmente indefeso

e muito mais que arrupiado,

louco pra ser tua presa,

óh arco flechado pelo teu seio

ponteagudo do nosso amor.


Sérgio, Beija-flor-poeta